Na Psicoterapia Junguiana, o terapeuta deixa o paciente falar livremente, mas sempre realiza intervenções com o objetivo de orientar e não deixá-lo desviar do foco do seu discurso. Isso pode acontecer quando os mecanismos de defesa do inconsciente, como a repressão a determinados pensamentos, entram em ação.
Para Jung, tudo o que acontecia na sua vida e psique, ou seja, seus sonhos, experiências, fantasias e pensamentos que para a maioria das pessoas passam despercebidos, se tornaram objeto de pesquisa e análise, o que o tornou sujeito de suas próprias experiências na investigação do inconsciente.
Quais são os principais conceitos da Psicanálise Junguiana?
Um dos conceitos é o do inconsciente. Para Jung, ele é dividido entre inconsciente pessoal (ou individual) e inconsciente coletivo.
O inconsciente pessoal representa a camada mais superficial, abrigando conteúdos que não possuem carga energética suficientemente capaz de fazer com eles escapem ao consciente. Nele também se encontram conteúdos que, devido à censura, foram reprimidos.
O grande diferencial de Jung encontra-se na definição de inconsciente coletivo, que consiste na camada mais profunda do aparelho psíquico e guarda diversos materiais que foram herdados da humanidade, que são comuns a todos e que nunca passaram pela consciência.
Nessa camada existem traços funcionais — os arquétipos —, que funcionam como imagens primordiais de situações típicas do cotidiano que dependem da experiência concreta para se expressar.
Na terapia confronta-se a sombra de nosso eu, ou seja, nossos medos e valores e aspectos da psique que desejamos que os outros não percebam. Nossos medos, experiências e aspéctos que as vezes nem mesmo percebemos.
Texto originalmente publicado por: Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa